quinta-feira, 23 de julho de 2009

Expressões, gírias, atitudes e ...crises de identidade?

Dizem que a expressão nasceu na Bahia, e que começou a ficar conhecida nacionalmente depois que a cantora Ivete Sangalo usou o termo durante um de seus shows. Após adaptações, a palavra ganhou fama no país inteiro, passou a fazer parte de diversas letras de músicas e do vocabulário de 90% dos brasileiros. Sim, porque até minha mãe sabe o que quer dizer piriguete.

Seja para a definição denotativa e séria da seção de gírias da Wikipédia ou para a definição zoada da Desciclopédia , fato é que o termo se tornou corriqueiro, e as pessoas hoje em dia usam como sinônimo de qualquer tipo de atitude feminina mais ousada. Ou assim pensava eu, antes de ter uma conversa lá pelas tantas de um churrasco, com uma amiga já em estado de sobriedade duvidoso.

Eu: Êh fulana! Tá só piriguetando, né?
Ela (ofendidíssima!!): Eu? Piriguetando? Jamais! Eu tô é tilangando!!
Eu: ??? (P.S: até então, tilanga para mim era o mesmo que baranga. E acho até que eu tinha razão).
Ela: Piriguete é baixo nível. Tilangar é um estilo mais charmoso, mais elegante, de piriguetar.
Eu: Ahn, tá! Acho que entendi (só continuei sem entender a cara de ofensa, já que era quase a mesma coisa).

Eis que entra uma terceira amiga na história.

Ela 2: Ih!! Tá tudo errado. Certa mesma tá a definição de uma amiga minha: piriguete a gente é até os 16 ou 17 anos. Depois disso, é promíscua mesmo!!

Fato é que, no meio de tanta gíria, expressão e termo, o que não falta é motivo para as mulheres se jogarem (literalmente!) na azaração. Ainda mais em tempos de escassez de homem (eu que achei um perfeito, que levante as mãos e agradeça! Ah! E fique de olho nas piriguetes e afins que existem por aí). O que torna ainda mais complicado o dilema levantado pela Fafá em outro post aqui . E aí? Homens gostam ou não de mulheres atiradas? Gostam de piriguetes, ou preferem as tilangas, promíscuas e companhia? Sei lá. Só sei que, pelo sim e pelo não, as expressões são cada vez mais comuns e as mulheres cada vez mais as aceitam como adjetivos, sem se sentirem ofendidas. E assim, amparadas pela aceitação linguística e musical, assumem com orgulho sua postura. Mas peraí? Qual postura? Ser ou não ser piriguete? Ou, ao invés disso, ser tilanga, promíscua, biscate, etc? Eis a questão principal da crise de identidade das solteiras “soltinhas”.

Outra coisa: com o advento da nova mulher, digamos, saídinha, será que está na hora de criar novas expressões? Por exemplo, como a gente chama as mulheres maduras que, após o auge da fase promíscua (ou seria tilanga? Piriguete?) se jogam na balada e vão a luta? Tá...divagação nada a ver, mas é que eu tinha que citar a postura da personagem da Lílian Cabral no filme “Divã”. Acho que na época em que esse tipo de mulher estava no auge da piriguetagem, era tudo mais fácil, pois havia somente uma gíria para toda e qualquer mulher que assumia essa postura: “sem vergonha”! Aí as mulheres podiam se assumir (ou não) sem crises de identidade.

Termino o post com o trailer de Divã, que eu recomendo demaiiis!! Fica a dica para todas as piriguetes, de todas as idades, classes e estilos.



P.S: Só não gostei muito quando minha mãe apareceu em casa com o cabelo meio repicado. Afinal de contas, se é pra pegar o Reynaldo Gianecchini e o Cauã Reymond, que ela pelo menos divida comigo!!hehehehe (Breiller, ignora essa parte! Você é muito melhor que eles!)

Um comentário:

Thais disse...

hehe eu já tinha ouvido falar entre as sutis diferenças entre esses termos. De qualquer forma, nenhum dos termos tem uma conotação muito, digamos, meiga né, nem muito elogioso... rs