Que os crimes cometidos pela internet são uma das pragas da modernidade ninguém discorda. Mas passar a controlar tudo o que as pessoas fazem na internet para evitar tais crimes já parece um exagero imenso. Não é o que parece pensar Eduardo Azeredo. O senador do PSDB decidiu, em 2005, criar um projeto de lei para evitar crimes de informática. Até aí, tudo bem, não fosse o fato de que isso implicaria que toda operação realizada por um computador exigisse que o seu usuário se cadastrasse (com nome completo, número de identidade, endereço, número de telefone,CPF e por aí vai...)e fosse averiguado pelas companhias provedoras de internet.
Imagine a burocracia para enviar um simples email ou para criar um simples blog? Imagine então como ficariam os casamentos. Que desculpas poderiam dar as mulheres se, ao comprarem um kit de maquiagem superultrafashion por um dos sites da internet e ver sua conta bancária zerada por esse mimo tão pequeno, não pudessem mais jogar a culpa nos crackers (e não de hackers, como explica o blog Usos da Internet. Aliás, site que o senador Azeredo deveria visitar antes de levar leis absurdas para votação)? Como explicar aos maridões o motivo pelo qual tanto dinheiro sumiu em uma simples transação informática? Ou como ficariam as carentes de plantão se tivessem que esperar horas para entrar em um simples bate-papo? Até serem devidamente "identificadas", já teriam comido quilos de chocolate, aumentando os níveis de obesidade e de gastos com a saúde pública do país. Sem falar na queda no turismo no Rio, já que os turistas não iam querer ver as "garotas de Ipanema" usando biquinis tamanho extra-G.E as celebridades instantâneas do YouTube? Como alcançariam o sucesso? Infelizmente, o Big Brother Brasil ainda tem apenas 14 vagas para participantes.
Falando sério agora. Isso é um grande cerceamento das liberdades individuais, além de comprometer um dos aspectos mais interessantes da internet: a interatividade. Pode até ser exagero bradar que isso seria uma volta à "ditadura", mas mesmo se desconsiderarmos essa visão política das coisas, como fica a questão econômica? Está previsto no projeto de lei que as empresas provedoras de internet teriam que armazenar as informações de seus usuários por três anos. Isso faria com que o acesso à rede fosse encarecido, além do fato de que as redes sem fio (como as providas por roteadores) não teriam capacidade suficiente para armazenar essa quantidade de dados. E pensar em democratização e integração digital depois disso então...xiii! Esquece!
A assessoria de imprensa de Eduardo Azeredo até tentou convencer de que a lei seria um ótimo benefício social, mas passou longe de conseguir explicar e persuadir as pessoas do lado positivo dessa resolução. Ainda restam muitas dúvidas e críticas. Pelo menos oito delas, muito bem apresentadas no Blog do Sérgio Amadeu. A que melhor sintetiza a situação é a primeira: "quem define o que é o 'uso correto do computador'? O Senador Azeredo?". E quem é que vai conferir essa autoridade a ele? Uma dezena (se a presença nas votações do senado chegarem a tanto) de parlamentares? Se o projeto for mesmo para votação, isso deveria ser apresentado em um referendo público. Com argumentos e explicações bem formuladas e não manipuladas, é claro!
Bom, a indignação com o projeto de lei não é apenas de uma pessoa que enxerga a vida em cor-de-rosa e vive de fofocas via msn. Juro pela minha bolsa feshérrima que comprei ontem no shopping. Que o digam as 110 843 assinaturas no abaixo assinado que está rolando na rede contra a iniciativa. Se quiser conferir, é só fazer uma visita ao Blog Sem Simpatia. O link para a campanha está devidamente bem colocado embaixo da palavra ironia.
Imagine a burocracia para enviar um simples email ou para criar um simples blog? Imagine então como ficariam os casamentos. Que desculpas poderiam dar as mulheres se, ao comprarem um kit de maquiagem superultrafashion por um dos sites da internet e ver sua conta bancária zerada por esse mimo tão pequeno, não pudessem mais jogar a culpa nos crackers (e não de hackers, como explica o blog Usos da Internet. Aliás, site que o senador Azeredo deveria visitar antes de levar leis absurdas para votação)? Como explicar aos maridões o motivo pelo qual tanto dinheiro sumiu em uma simples transação informática? Ou como ficariam as carentes de plantão se tivessem que esperar horas para entrar em um simples bate-papo? Até serem devidamente "identificadas", já teriam comido quilos de chocolate, aumentando os níveis de obesidade e de gastos com a saúde pública do país. Sem falar na queda no turismo no Rio, já que os turistas não iam querer ver as "garotas de Ipanema" usando biquinis tamanho extra-G.E as celebridades instantâneas do YouTube? Como alcançariam o sucesso? Infelizmente, o Big Brother Brasil ainda tem apenas 14 vagas para participantes.
Falando sério agora. Isso é um grande cerceamento das liberdades individuais, além de comprometer um dos aspectos mais interessantes da internet: a interatividade. Pode até ser exagero bradar que isso seria uma volta à "ditadura", mas mesmo se desconsiderarmos essa visão política das coisas, como fica a questão econômica? Está previsto no projeto de lei que as empresas provedoras de internet teriam que armazenar as informações de seus usuários por três anos. Isso faria com que o acesso à rede fosse encarecido, além do fato de que as redes sem fio (como as providas por roteadores) não teriam capacidade suficiente para armazenar essa quantidade de dados. E pensar em democratização e integração digital depois disso então...xiii! Esquece!
A assessoria de imprensa de Eduardo Azeredo até tentou convencer de que a lei seria um ótimo benefício social, mas passou longe de conseguir explicar e persuadir as pessoas do lado positivo dessa resolução. Ainda restam muitas dúvidas e críticas. Pelo menos oito delas, muito bem apresentadas no Blog do Sérgio Amadeu. A que melhor sintetiza a situação é a primeira: "quem define o que é o 'uso correto do computador'? O Senador Azeredo?". E quem é que vai conferir essa autoridade a ele? Uma dezena (se a presença nas votações do senado chegarem a tanto) de parlamentares? Se o projeto for mesmo para votação, isso deveria ser apresentado em um referendo público. Com argumentos e explicações bem formuladas e não manipuladas, é claro!
Bom, a indignação com o projeto de lei não é apenas de uma pessoa que enxerga a vida em cor-de-rosa e vive de fofocas via msn. Juro pela minha bolsa feshérrima que comprei ontem no shopping. Que o digam as 110 843 assinaturas no abaixo assinado que está rolando na rede contra a iniciativa. Se quiser conferir, é só fazer uma visita ao Blog Sem Simpatia. O link para a campanha está devidamente bem colocado embaixo da palavra ironia.